
BRASIL | Pandemia
Embaixador Affonso Massot fala do impacto da pandemia no Estado de São Paulo
por PRISCYLLA MEDEIROS
Integrante do IDeF
13 DE NOVEMBRO DE 2020
por ALBA TAVARES
Integrante do IDeF
Embaixador Affonso Massot
1. O senhor pode inicialmente falar um pouco do impacto dessa pandemia na rotina da Secretaria de Relações Internacionais? Como a pandemia mudou as atividades e projetos e quais têm sido as principais demandas da Secretaria?
A Pandemia e as suas consequências são os maiores problemas públicos do ano de 2020. Todas as áreas do Governo de São Paulo foram afetadas e a Secretaria de Relações Internacionais precisou se reorientar para responder à crise. Missões que haviam sido planejadas para atração de investimentos no ano de 2020 não puderam ser realizadas e uma parte dos projetos que envolviam viagens e encontros presenciais foi adiada. Em contrapartida, projetos de cooperação técnico-científica, como o que levou ao acordo entre o Laboratório Chinês Sinovac e o Instituto Butantã para o desenvolvimento e produção de vacina contra a COVID-19, e prospecção de doações internacionais foram fundamentais na resposta que o estado deu para esta crise. A resposta do estado de São Paulo como um todo foi pensada pela lente da integração entre suas diversas áreas e baseada na ciência e na medicina. Nesse esforço, a Secretaria de Relações Internacionais atuou como suporte sempre quando necessário.
A resposta do estado de São Paulo como um todo foi pensada pela lente da integração entre suas diversas áreas e baseada na ciência e na medicina. Nesse esforço, a Secretaria de Relações Internacionais atuou como suporte sempre quando necessário.
2. Vimos que vocês estão trabalhando na elaboração do “Plano de Retomada 2021/22 do Estado de São Paulo” com a previsão de novas missões internacionais para captação de recursos. Você pode falar um pouco sobre esse Plano de Retomada e as missões previstas? Há alguma área prioritária nesse processo de captação de recursos? Quais os principais parceiros buscados?
O Plano de Retomada 2021/22 é um plano que busca atrair investimentos e dinamizar a economia do estado por meio de parcerias e privatizações. É um plano também com um olhar para o internacional, que busca oportunidades externas para ajudar nos desafios internos. Nós planejamos já algumas missões que têm se tornado tradicionais para a atuação do estado de São Paulo pelos bons resultados que sempre trazem, como é o caso da Missão ao World Economic Forum, em Davos. Ano que vem, temos planos para missões para Singapura, Nova Iorque, Alemanha, Noruega, Londres, Catar, Dubai, Itália e Espanha, além de planos para a abertura de um novo escritório internacional do estado em Munique.
Quanto às áreas prioritárias, a Secretaria de Relações Internacionais entende que prioridade é aquilo que possa trazer bem-estar ao cidadão de São Paulo. Todo investimento sustentável que possa gerar mais empregos, melhorar a infra-estrutura e qualidade de vida é prioritário para nós. O parceiro que nós buscamos é aquele que tenha interesse em construir uma relação mutuamente benéfica, de longo prazo, com o estado de São Paulo e a sua população.
O Plano de Retomada 2021/22 é um plano que busca atrair investimentos e dinamizar a economia do estado por meio de parcerias e privatizações.
3. Observamos que a Secretaria busca manter um foco também nos princípios do crescimento sustentável. Nesse sentido, qual a importância da Agenda 2030 e dos ODS para o desenvolvimento do Estado nesse contexto de crise?
Dentro ou fora do contexto de crise, a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável são pilares para a formulação de políticas públicas do Estado de São Paulo. Esse é o compromisso do governo com um desenvolvimento que possa se manter e produzir melhorias de qualidade de vida para a população. Ele se manifesta também por meio da Comissão Estadual de São Paulo para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da qual fazem parte todas as Secretarias, anterior à pandemia.
Dentro ou fora do contexto de crise, a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável são pilares para a formulação de políticas públicas do Estado de São Paulo.
Quanto aos efeitos da pandemia, foi realizado um trabalho conjunto entre a Secretaria de Relações Internacionais, a Casa Civil e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico que monitorou a relação entre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e as ações de enfrentamento ao COVID-19.
4. Que conselhos o senhor daria para gestores da área internacional de outros estados e municípios brasileiros diante dessa demanda de recuperação econômica?
O cenário internacional apresenta oportunidades, mas antes é necessário saber quais são as prioridades de cada estado. Inserir-se em redes internacionais, estabelecer e manter essas conexões, é importante para que os canais estejam abertos, seja para demandas de recuperação econômica ou para orientar a captação de investimentos externos.
A criação de uma assessoria de promoção de investimentos, naqueles estados que não as tenham, pode trazer benefícios nessa área. A Secretaria de Relações Internacionais trabalha em conjunto com a InvestSP - Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, que atua também na prospecção de novos negócios para o estado, apoio a investidores e organiza delegações comerciais que acompanham nossas missões internacionais. Alguns estados têm instituições do mesmo tipo, com o mesmo objetivo, que conhecemos por meio do fórum RI27. O próprio Fórum RI27 é um outro bom exemplo de uma rede para troca de experiências, com a participação de gestores estaduais de Relações Internacionais.
A criação de uma assessoria de promoção de investimentos, naqueles estados que não as tenham, pode trazer benefícios nessa área. A Secretaria de Relações Internacionais trabalha em conjunto com a InvestSP - Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, que atua também na prospecção de novos negócios para o estado, apoio a investidores e organiza delegações comerciais que acompanham nossas missões internacionais.